Hoje foi o último dia do trabalho de campo. Após as
visitas, fizemos o workshop e deu tudo certo. Que alívio! Confesso que estou suuuuuuuper
cansada!
Nessas andanças contabilizamos 15 hotéis que podemos
classificar desde 5 estrelas apagadas à 4 estrelas normais. Passamos por
tudo: hotel sem água, sem luz, sem água e luz, com atendente bêbada (Esse foi o
mais engraçado, pois cada vez que ela servia às mesas dava um entradinha no
balcão e tomava um gole!), mosquitos, colchão duro, colchão mole, ar
condicionado split, ar condicionado antigo e barulhento, com ventoinha
(ventilador), sem ventoinha (um calor infernal!). Enfim: de tudo um pouco.
Muita história engraçada, eu e Marisete criamos o “Guia Quatro Rodas Quebradas:
o pior das estradas”!
Concluímos nossa odisseia hoteleira num local muito
simpático, uma espécie de hotel fazenda, afastado da cidade. Nosso quarto é
meigo: todo rosa! Parece uma casinha, tem até jardim na frente. O quarto tem
uma parede também pintada de rosa. As camas têm lençóis lilases e rosas, muito
meigo, tudo combinando com meu celular que é rosa e branco. É praticamente uma
misto do quarto da Barbie com a Hello Kitty! rsssss
Mas… nada é perfeito! Hoje, pela manhã, na correria de
deixar tudo pronto para o workshop, saí do quarto, às presas, e deixei meu
celular sobre a cama. Fui buscar na hora do intervalo e não encontrei. Pensei:
deve estar jogado na bolsa! Voltei a sala, revirei a bolsa e nada! Na hora do almoço, descobri que fui
roubada. Liguei para o aparelho e estava desligado! Cheguei no quarto, revirei
tudo: travesseiros, lençóis, cama, bolsas e nada do aparelho! Fiquei super
chateada, pois além do valor financeiro nele tenho todos os meus contato
telefônicos do Brasil e de Moçambique. Um transtorno!
Foi uma confusão! Falei com a gerente, esta chamou as
funcionárias que vieram prontamente ao meu encontro na busca pelo celular.
Reviramos o quarto (mais uma vez), uma delas trouxe a bolsa para que eu
olhasse. Tirou tudo de dentro, uma situação muito chata! Neste momento três
funcionários se entreolhavam e diziam que nunca havia ocorrido roubo antes no
hotel. Perguntaram se eu tinha certeza de ter deixado no quarto, etc.
Após este episódio, desisti do celular e fui para o
restaurante, pois tinha que almoçar para poder fazer a palestra final do
encontro.
Chegando lá, comentei o ocorrido com um colega de viagem.
Este logo teve uma ideia e me disse que o celular ia aparecer. Confesso que
fiquei apreensiva! Menos de uma hora depois, a gerente me chamou e pediu para
que eu a acompanhasse, pois os funcionários disseram que haviam encontrado o
famoso celular.
Saí e… surpresa: o celular estava no meio de um canteiro
de flores!!!! Logo na entrada da sala de conferências. O chip ao lado, a tampa
entreaberta e a bateria colocada ao contrário. Um verdadeiro mistério, pois o
aparelho estava na cama e foi parar no jardim! Seria magia?!
Agora vamos aos esclarecimentos. Meu amigo, meu herói,
combinou com a gerente a seguinte história: ela deveria reunir o grupo de
funcionários e dizer que se o celular não aparecesse, todos iriam, nesta mesma
tarde, a um feiticeiro muito poderoso. Este descobriria facilmente quem havia
furtado o aparelho. Parece piada, mas não é! As pessoas por aqui morrem de medo
dos feiticeiros, com isto, o autor ou autora (não sabemos), pegou meu celular e
jogou no jardim para ficar parecendo que eu havia perdido. É mole!?
E assim termina minha história de hoje, encontrei meu celular
e ainda ganhei do hotel uma capulana! Ficam aqui meus sinceros agradecimentos
aos heróis do dia: Alfredo Gomes e Juliana Novela (Esse é o sobrenome dela,
juro!).
Com esta, aprendi mais uma coisa sobre Moçambique: os feiticeiros
resolvem tudo, mesmo quando não são convocados. Rsssss
Meus sinceros agradecimentos ao herói desta história: Alfredo Gomes, trajando sua camiseta do Flamengo. Papai iria aprovar.
Como dizem por aqui: estamos juntos!