Essa semana
foi diferente. Iniciei com uma crise leve de Labirintite. Com isto lá fui eu
conhecer o sistema de saúde de Maputo. Não vi grandes diferenças. O médico era
bem atencioso, fez todos os exames clínicos, me encaminhou para o laboratório.
Tive que fazer exame de sangue para descartar a possibilidade de Malária. Sobre
isto cabe uma observação
Aqui não
temos leões, elefantes ou tigres andando pelas ruas, mas a Malária é um receio
real e mata mesmo. Basta sentirmos uma dor de cabeça para que os colegas
moçambicanos já nos façam perguntas sobre os outros sintomas. Eles conhecem
todos os sintomas da doença. Os brasileiros residentes em Maputo fazem exames
constantemente, basta ter dois dos sintomas. Parece a Dengue no Brasil.
Bem,
voltando ao médico. Descartada a Malária fui encaminhada a um Otorrino. Lá fui
eu a caminhar, pois o hospital é enorme. No mesmo sítio (lugar) tem vários
prédios: farmácia, pronto atendimento, exames e em outros prédios funcionam as
clínicas com suas especialidades, Muito prático! Pelo que entendi o hospital
atende ao serviço público e ao privado. Os preços é que são estranhos. Paguei o
equivalente a R$10,70 pela consulta com o clínico. Nesta consulta fui
auscutada, verifiquei a pressão arterial e o médico olhou pra mim (coisa que
nem sempre ocorre no Brasil). Já para o exame de sangue, paguei, R$11,80. O
resultado saiu bem rapidinho.
Mas, no
quesito especialidade os valores mudam: consulta R$ 97,00, exames específicos:
R$ 965,00! Pois é... ficar doente não é barato. Ainda bem que o atendimento foi
bom. Nessa brincadeira passei boa parte do meu dia no hospital. Depois fui casa
dormir.
Outra coisa
legal que tem aqui é que os remédios são vendidos de forma fracionada. O médico
prescreve a quantidade e na farmácia eles abrem a caixa e te vendem somente a
quantidade certa. Sai mais barato e a gente não fica colecionando remédio
velho. Gostei!
Na
sexta-feira estava melhor e fui trabalhar. Meio perda de tempo, pois estava
bêbada (sem nem olhar para a cerveja!) e o que fiz errei! A noite fiz um
programa diferente do meu habitual, fui a um desfile de moda! Programinha
calminho para uma convalescente (rssss). O legal deste desfile é que teve um
cunho de solidariedade. Era a apresentação de sete novas estilistas, todas
portadoras de deficiência física (observem na fotoaolado).
Foi o
desfile da superação. Foi-nos possível ver que com determinação, coragem e
ajuda, muitas barreiras podem ser vencidas (E eu a reclamar de uma
Labirintite!). As roupas eram simples, não havia a proposta da glamour, mas sim
de superação e possibilidade de viver do seu próprio talento e trabalho.
Foi um
programa interessante, além dos desfiles tivemos duas apresentações de dança
(uma tribal e outra contemporânea), um cantor e desfiles de mais sete
estilistas consagrados por aqui. Gostei, conheci mais um lado moçambicano novo
ao meu olhar!
Parece que
o mundo da moda é comum a todos os continentes. O público era bem descolado!
Tinha gente vestida de todos os jeitos: básicos, estilosos, com chapéus e echarpes,
botas, sobretudo, muito salto altíssimo, brilhos e que mais possamos imaginar.
O bom destes eventos é que a gente não precisa se preocupar com a roupa, se tiver
atitude, qualquer coisa vale!
Bem, infelizmente
a Labirintite ainda não me largou, passei o final de semana em casa, dormindo.
Um saco! Neste domingo não deu meu passeio habitual para recarregar a bateria.
Mas, é assim mesmo! Agora é recuperar, voltar ao batente e ss observações do
cotidiano da cidade. Quando ficar bêbada, sem beber, me lembrarei das palavras
que, para mim, marcaram no desfile: solidariedade e superação.
Abraços e
meus desejos de uma semana maravilhosa